A equipe de Gerência de Políticas Sociais, da Administração do Cruzeiro, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), vêm resgatando vidas e desde o começo deste ano,  são responsáveis por ajudar nove pessoas em situação de rua a reencontrarem seus familiares e retornarem ao seu lar.

 

A força-tarefa começou como forma de incentivar pessoas em situação de rua a voltarem para casa, conforme relata o servidor público Abel Alexandre Aquino, que atua ativamente no projeto. Segundo Abel, ele e a servidora Bianca Marques, realizam o primeiro contato, para conhecer a pessoa e saber da situação dela. “Ela [pessoa em situação de rua] precisa querer mudar, sair dali e aí sim, podemos buscar ajudar”, diz Abel. A equipe realiza uma pesquisa em órgãos competentes para saber precisamente a identidade e o paradeiro da família da pessoa. Abel explica que quando não conseguem uma parceria com algum abrigo para manter quem está sendo assistido, eles – servidores da administração – se mobilizam para cuidar da pessoa. Quando a família é encontrada, tanto os familiares, quanto os servidores, procuram a melhor maneira de levá-la para casa, como a maioria das vezes, até em outro estado.

 

Brasília possui quase três mil pessoas em situação de rua, segundo pesquisa de 2022 do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), realizada em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA Brasil), com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) do DF e apoio da Secretaria de Economia. Destas, mais de 800 estão na rua há pelo menos mais de cinco anos. Outras mais de 600 afirmaram ter ido para a rua durante a pandemia. “Considerando esses números, o trabalho realizado pelos servidores da administração e o pessoal da Sedes se faz bastante relevante”, explica Gustavo Aires, administrador regional do Cruzeiro. Em entrevista à CB.Poder, a secretária da Sedes DF, Ana Paula Soares Marra, comenta que através dessa pesquisa, é possível “ter dados mais fidedignos, concretos e específicos para [o GDF] conseguir trabalhar políticas públicas para essa população [que vive nas ruas]”.

 

Dados de junho de 2022, do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), apontam perda de moradia fixa, desemprego, depressão ou dependência química como os principais motivos para a vida nas ruas. No caso do Pedro (nome fictício adotado para resguardar a imagem, assim como de todas personagens citadas aqui), o vício acabou o levando para as ruas. Encontrado pelo projeto em março de 2023, Pedro contou sobre o desejo de conseguir uma vaga em uma unidade terapêutica. Com muita conversa e o apoio de institutos, a equipe da administração conseguiu uma vaga de tratamento para Pedro, que não só voltou para a família no Riacho Fundo, como também está trabalhando.

 

“Esse apoio que o GDF tem dado a essas pessoas mostra o olhar humanizado da gestão. O cuidado com o ser humano é a principal questão”, ressalta Gustavo Aires.

 

Também há alguns que vêm de outros estados em busca de oportunidades de emprego em Brasília, mas que acabam não conseguindo alcançar esse objetivo e ficam sem condições de voltar para casa, como o Cléber, um senhor vindo do estado da Bahia, foi visto nas ruas da Quadra 10 do Cruzeiro. Após muita conversa, familiares do senhor Cléber foram localizados e em parceria com instituições e igrejas foi comprada uma passagem para que ele pudesse voltar para casa.

 

Já a Pâmela estava desaparecida depois de um episódio de esquizofrenia. Ela foi vista vagando nas proximidades da administração do Cruzeiro. Na tentativa de identificar Pâmela, foi descoberto se tratar de alguém desaparecido e conseguiram contatar a família dela. Os familiares vieram do Rio de Janeiro para buscá-la e hoje ela está em casa, no reduto carioca, recebendo os cuidados necessários.

 

Além deles, foram também ajudados o João, o Eugênio, o Patrício, o Nascimento, o Marcos e o Carlos. Todos eles tiveram as vidas transformadas por causa do projeto Resgatando Vidas, com apoio da Sedes.

 

“Se você também quiser ajudar uma pessoa que está em situação de rua, faça doações nas entidades sociais da Sedes”, reforça a secretária do órgão Ana Paula Soares Marra. Os Centros Pop do Distrito Federal ficam na SGAS 903, Conjunto “C” e QNF 24 A/E nº 02 Mód. A – Taguatinga Norte.

No responses yet

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *